domingo, 30 de novembro de 2008

Poemas - Lira III

Passa o tempo, passa a vida e tu
Te afastas mais e mais de tua paixão
Ganhas vestidos mais a admiração
E guarida de um Marquês de Portugal

Minhas veias pulsam por você mas
Meu sangue vai se congelando mas saiba
Que a morte pode estar chegando, mas
Virgem, seus olhos não perderão o brilho

O brilho que iluminou nosso céu
Um brilho de imenso esplêndor, contudo
Um tropor letal toma-te de súbito
Torpor letal que me levou contigo

André Luiz Abdalla Silveira

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O soneto da morte

Eu escrevo e retrato minha dor
Num cantinho isolado em casa
No teu sorriso o fim d'um torpor
Em um mundo separado de tudo

Escrevo-te mas sinto-me melhor
Ao perceber minha vida saindo
Deste corpo marcado pela dor
Partindo agora rumo ao paraíso

Ó virgenzinha minha, não me impessas
De andar pelos sonhos teus e morrer
Por entre seus seios enquanto choras

Estou fadado a viver sem você
Mas agora vivo por entre as chamas
Da morte que eu sempre desejei a mim

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O soneto da Desilusão

Sinto as fibras de meu corpo ruírem
Sinto minha vida abandonando-me
Mais pensai, ó virgem de meus sonhos que
Nosso amor ainda tem salvação

Sinto minha cabeça parar de
Pensar em você mas lembrando-me
De teu corpo enrugado, ó virgem minha
Sou seu, não nego; da morte, não fujo

É isso que digo; é disso que falo
Que o mel que alimentou-me hoje me
Destrói por dentro, me mata de dor

Hoje eu paro para pensar se foi
Deveras bom o momento de ver-te
Ou se foi apenas um momento bom no meio de tanto sofrimento

André Luiz Abdalla Silveira

Poemas - Lira II

Oh meu amado vilão, quero-te,
No paço, na rua, no mar e,
Desejo teu corpo no meu.
Hoje um rio vai virar museu de uma paixão a beira-mar, contudo
Não posso dizer que amo-te
Que estás pra sempre em meu peito

Infundadas convenções me afastam 
De ti minha verdadeira paixão e 
Meu coração reclama de montão
O tempo passa, mas as dores ficam
Guardadas em meu fraco peito

Dinheiro, poder, opulência não
Invergam meu espírito de buscar
Um futudo de paz, de amor porém
Impedem-me, calam-me mas ninguém
Me impedirá de te procurar
Nem que eu tenha de deixar o brasão
De minha nobre família para trás

Minhas lágrimas se congelam no
Frio de um inverno mais rigoroso
No frio de um inverno mais escuro
Num lugar onde as folhas não se calam
Elas gritam pelo nosso amor

André Luiz Abdalla Silveira

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Um soneto de paz

O que pensas em tua vida se não,
Em ti mesmo e nas coisas que te cercam?
Não buscas ao menos uma solução,
Aos problemas que assolam o mundo?

Não vês o teu mundo indo para o caos?
Ignoras por acaso que o teu fim,
Depende do rumo que tomas hoje?
Mas não pense que esse caso acabou.

A caridade veio para salvar,
Mas só quem quer ser salvo pela luz,
De um futuro glorioso por vir.

Agora só o teu amor pode tirar-te
De um futuro frio, sombrio, escuro
E deixar sobre a luz do porvir

André Luiz Abdalla Silveira