sábado, 27 de março de 2010

Soneto sem título n°1

Quando eu lhe vi passar doce e bonita
Juro-lhe dama chorei de montão
Senti um vazio nesse meu coração
Senti-me só, senti raiva da vida

Pois eras dona do mundo, de mim
Pios eu não a tinha a meu lado; sonhei
Contigo, oh anjo divino dos céus
Contigo dama que me faz sofrer

Já é chegada a noite dos perdedores
Já é chegada a hora de não sofrer
Já é chegada a hora de não chorar...

Lembrai linda dama de meu pesar
Lembrai as lágrimas que me fez verter
Lembrai do sonho que por causa de ti não pude viver

André Luiz Abdalla Silveira

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Um sonho

Os ventos do sul gelam teu corpo nu e estático
Não é realidade, tudo é apenas um sonho
Talvez o pior deles, o mais letárgico
O mais melancólico, sombrio, o mais medonho...

Tudo foi verdade, um sonho, ou que terá sido?
Ilusões, pedaços de ebriedade; quero
Olhar para ti uma última vez e nunca mais
Quero abandonar-te na eternidade da morte
Mas esse peso, esse lamento na minh'alma
Impede-me de deixar-te partir em paz

Nos teus olhos vi a felicidade e sonhei
Com teus lábios, beijos e carícias; chorei
Por mim, por ti, por nossa tragédia; vivi
Como um desgraçado, como um mendigo; vi
No teu corpo virgem a escultura da deusa
No teu corpo frio vi um sonho que acabou.

André Luiz Abdalla Silveira